Pesquisadores do interior de SP aparecem entre os 2% mais influentes do mundo, segundo ranking internacional
Em Marília (SP), mais de 3 mil estudantes ingressam anualmente em cursos na área da saúde, o que reflete na contribuição em pesquisas e avanços no setor. ...
Em Marília (SP), mais de 3 mil estudantes ingressam anualmente em cursos na área da saúde, o que reflete na contribuição em pesquisas e avanços no setor. Pesquisa científica em Marília é destaque em Ranking Mundial Um ranking internacional colocou cientistas de Marília (SP) entre os 2% dos pesquisadores mais influentes do mundo. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp Segundo o Scientific Index 2025, os estudos realizados em Marília têm impacto global, principalmente na área da saúde, e contribuem para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos para doenças crônicas e degenerativas. Todos os anos, mais de 3 mil estudantes ingressam em cursos como medicina, enfermagem, odontologia e fisioterapia na cidade. Por trás da formação desses futuros profissionais é onde está a maioria dos professores que lidera os principais projetos de pesquisa. Sandra Maria Barbalho, professora de medicina em uma universidade particular, é uma das pesquisadoras reconhecidas pelo ranking. Há quase 20 anos, ela estuda o uso de plantas medicinais na prevenção e tratamento de doenças crônicas como diabetes, obesidade e câncer. "As doenças crônico-degenerativas estão aumentando exponencialmente no mundo todo, principalmente devido ao estilo de vida, muitas vezes desregrado. Doenças como diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares e até mesmo o câncer estão crescendo e continuarão a crescer cada vez mais. Por isso, acreditamos que nossa contribuição, tanto para a comunidade científica quanto para a sociedade em geral, é essencial ao estudar essas doenças", explica Sandra. Sandra Maria Barbalho é professora de medicina em uma universidade particular e foi reconhecida pelo ranking Reprodução/TV TEM Grande parte desse trabalho é realizado em colaboração com universidades estrangeiras, o que amplia o alcance e a relevância dos estudos. "Temos parcerias com instituições renomadas, como a Universidade de Lisboa, uma universidade na Índia e um hospital importante também na Índia, além de instituições na República Tcheca e na Hungria. Contamos ainda com duas universidades americanas, uma no Texas e outra na Califórnia, colaborando com pesquisadores de destaque mundial. Publicamos nossos estudos geralmente em inglês, o que garante que eles sejam lidos e citados por autores internacionais em todo o mundo", conta. Outro nome de destaque no ranking é Victor Engracia Valenti, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Desde 2013, ele estuda formas de prevenir doenças cardiovasculares. Ele ressalta a importância de investimentos para o avanço da ciência no Brasil. "Um dos desafios que enfrentamos é a comparação em relação ao investimento em pesquisa científica. Vou dar um exemplo: um prédio de endocrinologia em Harvard, com base em dados um pouco antigos de cinco anos atrás, recebia anualmente um investimento de um bilhão de dólares. Naquela mesma época, todo o estado de São Paulo, por meio da Fapesp, recebia esse mesmo valor. Ou seja, um único prédio de pesquisa em Harvard recebia o equivalente ao orçamento de pesquisa de todo o estado de São Paulo", exemplifica. Outro nome de Marília (SP) destaque no ranking é Victor Engracia Valenti, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Reprodução/TV TEM Ao longo de sua trajetória, Victor também se deparou com descobertas inusitadas, como um estudo que associou música relaxante ao uso de medicamentos para hipertensão. "Em 2018, realizamos um estudo interessante em que analisamos pessoas hipertensas que tomavam seu medicamento normalmente no dia a dia. No dia seguinte, elas tomavam o medicamento anti-hipertensivo enquanto ouviam música relaxante. Observamos que, quando combinaram o medicamento com a música, houve uma melhora mais significativa em um parâmetro cardíaco, o que nos leva a acreditar que a música pode potencializar os efeitos do medicamento", relata. Pesquisa privada Além do ambiente acadêmico, Marília também se destaca pela pesquisa privada. Um centro da cidade desenvolve novos medicamentos há dois anos, com foco em doenças cardiovasculares e renais. José Sgarbi, pesquisador com mais de 15 anos de experiência, é responsável por ensaios clínicos que testam a eficácia e a segurança desses tratamentos. "Como a população brasileira aprendeu durante a pandemia, para que um medicamento chegue à farmácia, como aconteceu com a vacina, ele precisa passar antes por um rigoroso processo de estudos, conhecidos como estudos clínicos. E é exatamente isso que fazemos", explica. José Sgarbi é pesquisador com mais de 15 anos de experiência em pesquisa clínica Reprodução/TV TEM Sandra relembra que os resultados muitas vezes não chegam à população de forma imediata, mas os pesquisadores seguem confiantes quanto aos impactos de suas descobertas. "Ainda que nossas pesquisas não gerem benefícios imediatos, estamos plantando sementes para que os resultados possam trazer melhorias à população nos próximos anos e beneficiar as futuras gerações", conclui a pesquisadora. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília Confira mais notícias do centro-oeste paulista: